Descrição de chapéu petrobras Governo Lula

Lula defende exploração na Foz do Amazonas e diz que país precisa de petróleo para transição

Presidente concedeu entrevista a rádios de Minas Gerais

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (5), a exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, na margem equatorial do país, e disse que isso pode ser feito sem prejuízos ao meio ambiente.

O Presidente Luiz Inacio Lula da Silva participa da abertura do PNAE.

"Queremos o petróleo, porque ele ainda vai existir muito tempo. Temos que utilizar o petróleo para fazer a nossa transição energética, que vai precisar de muito dinheiro. A gente tem perto de nós a Guiana e o Suriname pesquisando o petróleo muito próximo a nossa margem equatorial", disse Lula, durante entrevista a rádios de Minas Gerais.

"Precisamos fazer um acordo e encontrar uma solução em que a gente dê garantia ao país, ao mundo e ao povo da margem equatorial que a gente não vai detonar nenhuma árvore, nada do rio Amazonas, nada do oceano Atlântico".

O governo tem a expectativa de que o Ibama conceda a autorização para exploração ainda no primeiro semestre deste ano. Um dos argumentos do Palácio do Planalto para acelerar essa liberação é a proximidade da COP30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas que acontece em novembro em Belém.

O governo gostaria de evitar que a conferência, em que o país tenta se posicionar como um líder na luta contra as mudanças climáticas, seja contaminada pela imagem de uma nação que continua a ampliar a exploração de combustíveis fósseis.

Em outubro do ano passado, técnicos do Ibama rejeitaram estudos complementares que já tinham sido apresentados pela Petrobras e recomendaram o arquivamento do pedido feito pela petroleira.

O documento com a negativa foi assinado por 26 técnicos do órgão ambiental. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, no entanto, decidiu dar novo espaço para que a companhia apresentasse informações e medidas.

Há duas semanas, a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse que a estatal concluirá neste primeiro trimestre o que acredita ser a última exigência para a licença ambiental do poço no chamado bloco 59.

Trata-se da construção de um centro de despetrolização de animais em Oiapoque (AP), cidade mais próxima ao poço que a estatal encara como prioritário para repor suas reservas de petróleo a partir da próxima década.

A estrutura de resgate, que seria usada em caso de acidente, foi questionada no último parecer da área técnica do Ibama, que rejeitou a concessão de licença para o poço.

A autorização para explorar petróleo na Foz do Amazonas é vista como etapa crucial pela Petrobras para ampliar suas reservas. O plano é defendido pessoalmente pelo presidente Lula, e ficou com Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a missão de acelerar o processo.

Ainda na entrevista desta quarta, Lula disse que há uma tentativa de jogar sobre a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) a responsabilidade pela demora na aprovação do plano de exploração. "A Marina não é a responsável", disse Lula.

"Não é a companheira Marina. Vamos ter que encontrar uma solução para que a gente explore essa riqueza, se é que ela existe, em benefício do povo brasileiro", declarou.

A região já teve 95 poços petrolíferos perfurados, com apenas uma descoberta comercial de gás natural e alto índice de abandono por dificuldades operacionais, que o setor diz serem reflexos da tecnologia ultrapassada quando a região teve seu pico de exploração, nos anos 1970.

Ocupando uma área de cerca de 350 mil km², equivalente ao estado de Goiás, a bacia se estende entre a baía de Marajó, no Pará, e a fronteira com a Guiana Francesa, e teve seu primeiro poço petrolífero perfurado em 1970, sem a descoberta de petróleo.

Dos 95 poços perfurados na região, 31 foram abandonados por dificuldades operacionais. Na última tentativa, em 2011, por exemplo, a Petrobras suspendeu a perfuração devido a fortes correntezas.

Pelo comportamento agudo das marés na região e seu isolamento, ambientalistas temem que o tempo de resposta em caso de acidentes com vazamento de petróleo seria muito longo. A região, além de ambientalmente sensível, ainda foi pouco estudada, argumentam.

Além da preocupação com espalhamento de óleo, ambientalistas apontam que o país não deveria abrir novas fronteiras de combustíveis fósseis, movimento que vai na contramão do consenso científico para o combate às mudanças climáticas.

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Comentários

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Antonio Emanuel Melo dos Santos

5.fev.2025 às 15h20

Essas companhias de petróleo vão ser processadas pelo dano ambiental global que causam. A legislação mudou na Alemanha para punir crimes contra a humanidade. A conta vai chegar pra quem destrói de forma consciente o planeta. Cientistas têm relatoria com robusta evidência de aumento exponencial de eventos externos afetando os mais pobres. Brasil precisa descarbonizar pra preservar!

Antonio Emanuel Melo dos Santos

5.fev.2025 às 15h14

Tá ouvindo, Rio Grande do Sul? É bom comprar barcos pois Brasil vai causar mais dedastres contribuindo para o aquecimento global. Brasil também vai colaborar para tornar Belém cada vez mais exposta ao calor extremo. Brasil esta no passado com sua política autodestrutiva. Paulistas já esqueceram do fogo e fumaça ?

darlan rassi

5.fev.2025 às 14h56

muito bem , deixa o petroleo no fundo do mar , e que a populacao do Amapa continue morrendo de fome , na miseria eterna , sem perspectivas , e se poupe alguns peixes e arvores da amazonia.