Calor nas escolas públicas: alunos e responsáveis protestam contra falta de ar-condicionado
Cidade atingiu nível 4 de calor, quando a temperatura pode ir de 40ºC e 44ºC
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RESUMO
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GERADO EM: 17/02/2025 - 13:25
Protestos por Falta de Ar-Condicionado em Escolas Públicas do Rio de Janeiro
Alunos e responsáveis protestam por falta de ar-condicionado em escolas públicas do Rio de Janeiro devido ao intenso calor. Cerca de 200 unidades escolares estão sem climatização. A situação se agrava com salas sem janelas. Medidas devido ao calor extremo incluem redução do tempo de aulas em algumas cidades. As secretarias de educação não responderam às solicitações. O prefeito Eduardo Paes alerta para a intensidade do calor e a importância de cuidar da saúde.
O calor que assola o Rio de Janeiro nesta segunda (17) causa transtornos a alunos, professores e funcionários de escolas públicas da cidade que estão sem ar-condicionado ou em que os aparelhos estão com defeito. Pela primeira vez, a capital atingiu o nível 4 da classificação de calor. Em protesto contra as más condições a que os frequentadores do colégio Estadual Professora Maria Terezinha de Carvalho Machado (Cemat) são submetidos, alunos e responsáveis protestaram em frente à unidade.
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Segundo um levantamento do RJ1, da TV Globo, há 200 unidades escolares sem ar-condicionado na rede pública do estado do Rio. No Andaraí, alunos do Colégio Estadual José Leite Lopes também sofrem sem climatização. Segundo responsáveis pelos alunos, a situação se tornou ainda mais grave porque no prédio, onde funcionava uma central telefônica, as salas não têm janelas.
O Instituto Oi Futuro é o gestor do programa NAVE, realizado no Colégio Estadual José Leite Lopes. Em resposta ao GLOBO, a assessoria informou que "está em contato com a Seeduc-RJ para resolução do problema no ar-condicionado".
Algumas escolas do estado, entre elas unidades de Mangaratiba, Angra dos Reis e Quissamã, tiveram o tempo das aulas reduzido devido às altas temperaturas.
Em nota enviada na tarde desta segunda (17), a secretaria de educação admitiu que há 200 escolas sem climatização: "Das 1.234 unidades da rede, 1.034 têm ar-condicionado. Dos colégios que ainda não possuem climatização, 60 funcionam em imóveis das prefeituras, em regime de compartilhamento, nos quais a secretaria não tem autonomia para fazer intervenção estrutural. Nesses casos, a pasta pede a colaboração dos municípios para que as obras possam acontecer".
A secretaria acrescentou ainda que, "em até 90 dias, vai repassar a verba para a compra e instalação dos aparelhos para unidades que só precisam dos equipamentos. Já nas demais, estão sendo realizados todos os projetos, incluindo de adequação elétrica, para que sejam submetidos às concessionárias".
Em comunicado, a Seeduc informou ainda que "as escolas possuem autonomia para suspender as aulas em caso de necessidade, e os conteúdos pedagógicos eventualmente perdidos serão repostos".
'Calor vai estar forte'
Em Marechal Hermes, alunos do 1º ano do Ensino Fundamental da Escola municipal Santos Dumont também enfrentam dificuldades. Ana Paula Firmino, de 44 anos, mãe de uma das crianças, precisou buscar a filha no último dia 5 após a criança de 6 anos passar mal de calor. Desde então, ela não foi mais ao colégio.
— Ela foi para a escola e eu não sabia que a sala estava sem ar. Teve enjoo, dor de barriga e foi auxiliada pela professora. Cheguei e minha filha estava pálida, suando frio — diz a comerciante. — A professora foi muito atenciosa e para ela também é muito complicado. Imagina dar conta de uma sala com 30 crianças, trabalhar com uma toalha molhada no rosto? Ela chegou a sair da sala com as crianças para elas pegarem um vento, mas não adiantou. É revoltante.
Ana conta ainda que, no grupo de pais de que participa, há outros relatos de mal-estar de alunos:
— Tenho outro filho na mesma escola, no 3° ano, mas na sala dele o ar-condicionado funciona. Eu sei que vou ser notificada porque minha filha está faltando, mas não tem como ela ir. Se a criança começa a faltar, eles não querem saber; vão me notificar. Eu não tenho Bolsa Família, mas muitas mães no grupo dizem que mandam o filho porque não podem ter o benefício bloqueado.
Em resposta ao GLOBO, a Secretaria municipal de Educação do Rio informou que investiu R$ 218 milhões em climatização desde 2021:
"Das 1.557 unidades escolares na rede municipal, 99,5% estão climatizadas. Ao todo, estão em funcionamento quase 30 mil aparelhos de ar-condicionado. Nas poucas escolas pendentes de climatização, a Secretaria aguarda o aumento de carga a ser feito pela empresa Light para que a instalação dos aparelhos de ar-condicionado possa ser realizada".
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